terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Editorial 16/01/2010

Enquanto o mundo passa por várias transformações, terremotos, tufões, furacões, tsunamis, alagamentos, desmoronamentos etc.


Pirajuí, que com a Graça de Deus nunca assistiu de perto a um desses eventos, presenciou no ultimo final de semana uma das mais tristes cenas de todo o seu território.


O parque infantil, da rua treze de maio, perdeu o maior tesouro que a cidade tinha. Árvores que foram palco de diversas brincadeiras infantis durante tantos anos, foram colocadas a abaixo, sem nenhuma cerimônia.


E na segunda-feira, as mesmas crianças que um dia brincaram sob suas sombras, subiam sobre seus restos, que ainda não haviam sido retirados do local.


Com tantos terrenos sobrando na cidade, muitos deles, da própria prefeitura, por que mexer com um dos únicos espaços verdes para crianças de nossa cidade? As crianças já não têm lugar para brincar, e agora vão fazer um prédio no fundo da escola? Quem serão as pessoas que estarão por ali? São pessoas de confiança que podem ficar perto do futuro da cidade? Essa ação não desobedece ao Estatuto da Criança e do Adolescente, ECA?


Infelizmente, aquelas imensas árvores não podem mais contar o que presenciaram, mas ainda gritam através da seiva que escorre por suas toras nos imensos cortes que as derrubaram e mataram parte da história da cidade.


Onde estão os vereadores? Será que os filhos de algum vereador estudaram ou estudam em escolas municipais? E a ocupante do cargo de vice-prefeito? Morou quase a vida inteira em frente àquela escola, trabalhou no conselho tutelar, com o estatuto da criança e do adolescente, foi eleita vereadora chegando ao cargo que ocupa hoje. Nada fez para evitar esse descaso com a educação e com as crianças? Está de olho nas próximas eleições e não quis se indispor com a atual situação política do município? Será que a filha da ocupante desse cargo frequentará aquela escola? O que será que responderão à criança quando ela perguntar o que fizeram com as árvores ao ver fotos antigas com a presença delas.


Talvez seja por isso que o ocupante do cargo de prefeito municipal tenha saído do Partido Verde, que se diz defensor do meio ambiente, do verde, e entrado para os Democratas. O mesmo partido democrata que administra o caos na Capital do estado, com alagamentos e falta de segurança. O mesmo partido do dinheiro nas meias, das orações para bandidos e da palhaçada no Distrito Federal. Parece que trator é o principal instrumento de trabalho dos democratas. Democratas? Democracia? Passa com o trator por cima de uma área de educação de crianças, com árvores cinquentenárias e se diz democrata? Consultou os pais que têm filhos matriculados naquela escola? Consultou os cidadãos do município sobre esse projeto? E onde está esse projeto?


Passou pelo crivo de autoridades ambientais e educacionais? Por que a Câmara Municipal não pôde construir lá a sede legislativa? Algum juiz impediu? Onde está esse juiz?


Pobres pais. Pobres crianças. Pobre natureza. Pobre história. Pobre município.


Quem quiser pode denunciar ao Ministério Público Federal, porque além do desrespeito ao ECA, ainda tem a parte do meio ambiente pelo site:

http://www.prsp.mpf.gov.br/aplicativos/digi-denuncia

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