sábado, 12 de novembro de 2011

Você participaria deste tipo de turismo?

Karina Moreti - Nossa Região, a Noroeste, é uma das mais populosas em número de presídios no Estado de São Paulo. São 33 Unidades Prisionais em funcionamento e mais cinco em construção. Ela abrange todo o centro do estado, da divisa do estado de Minas até a do Paraná, inclui grandes centros como Araraquara, Franca, Ribeirão Preto, Bauru, Ourinhos, Marília, Jaú e Avaré.

Todos os finais de semana saem, principalmente da cidade de São Paulo, um grande número de ônibus e vans, que trazem visitas aos sentenciados, muitos deles viajam, às vezes, 10 horas para chegarem aos seus destinos.

Infelizmente muitas destas conduções não têm manutenção adequada, já que não existe fiscalização. Muitos ônibus utilizados nestas viagens são obsoletos e não teriam condições de trafegar nas estradas paulistas, que também não estão em perfeitas condições. Causando diversos acidentes como o ocorrido no último mês, em Penápolis, onde 10 vidas foram perdidas entre elas um bebê.

Mesmo enfrentando estas situações, este “Turismo de Cadeia” pode gerar problemas para o município, como o aumento de pequenos furtos e drogas, em contrapartida também pode ajudar na economia da cidade. Muitas das visitas gastam no comércio e nos hotéis da localidade onde se encontra a unidade prisional gerando renda e empregos, mesmo que isso só aconteça nos fins de semana.

Além das visitas aos presos, os funcionários públicos estaduais como: agentes de segurança, agentes de vigilância, oficiais administrativos, entre outros, vêem morar nas cidades próximas a unidade prisional onde trabalham.

Mas existem pessoas que querem conhecer unidades que já foram desativadas, como é o caso da Ilha dos Porcos (Ilha Anchieta), em Ubatuba-SP.

Em outros países, antigas prisões e até locais de tortura como câmeras de gás, utilizadas durante a segunda guerra mundial pelos nazistas para executar judeus e outras etnias, são pontos turísticos. Algumas pessoas passam suas férias dentro destes prédios para passarem por situações vividas pelos antigos moradores.

São duas situações bem diversas. Na primeira de grande dificuldade pelas privações que passam muitas visitas. E na segunda se paga para passar por estas situações.

Como o ser humano é estranho!?

Fonte: Bom Dia - Jaú - semana do dia 01/07/2011